Histórias que o Vovô contava

A Pátria do Índio

A Pátria do Índio

_O que você está comendo,Pedro?
_ Mandioca,professora.
_ Guarde a merenda para o recreio e diga-me uma coisa: a mandioca é um fruto ou uma raiz?
_ Uma raiz.
_ Muito bem! Palmas para o Pedrinho e depois,façam silêncio.
_ Vocês agora vão ficar sabendo que a mandioca já era conhecida no Brasil,antes do descobrimento.Quando Cabral chegou à Bahia,já os índios se alimentavam de mandioca e tinham-na como grande fonte alimentícia,apesar de comê-la sem sal.
_ Por que não punham sal, diz Pedrinho?

_ Os índios não tinham sal,e por essa razão,não usavam em seus alimentos; talvez seja este o motivo de serem muito fortes,já que o sal enfraquece os alimentos,apesar de dar-lhes melhor sabor.
_ Alguém quer fazer mais alguma pergunta?

_ Sim,professora.
_De onde vieram os índios,já que era uma terra desconhecida?

_ Boa pergunta,diz a professora; os índios são os legítimos brasileiros,pois os demais são descendentes de europeus.

_ Qual a origem do índio no Brasil?
_ Eles são descendentes de asiáticos e há mais de mil anos antes de Cristo,entraram na América do Norte,pelo Estreito de Bhering,pois,só ali,conseguiram atravessá-lo a nado,cuja distância é de duzentos metros de largura.Habitaram primeiramente o Canadá,Estados Unidos,México,onde seu núcleo é de maior importância até hoje,indo posteriormente para América do Sul e Brasil.

_Conforme ia falando no início da aula,os indígenas se alimentavam também de frutas e mel silvestres,além de caça e pesca.São considerados grandes pescadores,visto que suas armas são feitas por eles mesmos,já que entre eles não há comércio.
Constroem suas ocas,cobertas de sapé;usam a tabua para tecer suas esteiras para dormir;fazem sua própria cachaça de cana ou mandioca; muitos já têm seu próprio alambique.

_ Os índios só não são mais adiantados,porque não existe incentivo governamental. O governo fica sempre do lado do fazendeiro, considerando que o índio seja um entrave.
_Lembram-se do acontecimento com o índio pataxó,em Brasília?

Ranchinho de Sapé

Ranchinho De Sapé


Meu ranchinho de sapé,
Tão formoso como é,
Fica à beira do pomar...
Como é belo lá no mato,
Quando a lua no regato,
Faz a noite pratear.



Ai meu Deus quanta beleza!
Campos verdes,céu de anil;
Como é bela a natureza no sertão
Do meu Brasil.



De manhã,na minha terra,
canta o galo lá na serra,
Sua eterna canção,
Despertando dos seus ninhos,
Cantam todos passarinhos
O hino lá do sertão.

O Coroinha


O Coroinha

Quem vai à Presidente Prudente,pode ver bem no centro da cidade,duas praças;a Nove de Julho e,em anexo,a Monsenhor Sarrion,que os prudentinos conhecem como"Praça da Catedral".
Pois é ali que foi erguido o monumento em homenagem ao religioso,que assumiu a paróquia de São Sebastião,até o ano de 1948,quando então,faleceu.
Padre Sarrion tinha um coroinha,por nome de João Bispo,que foi muito querido de todos os prudentinos,pois era hábil tocador de acordeon.Por isto,costumava chegar atrasado na igreja,já que ficava até alta madrugada nos bailes.
Certa vez,no início da missa,quando o padre disse:
_Dominum Vobiscus.
O nosso bom ajudante respondeu:
_Não estou dormindo não,padre,foi só um cochilo.
O nosso leitor bem pode perceber que naquela época as missas eram celebradas em latim e o famoso coroinha entendeu"dorme não,João Bispo".
Certa vez foram celebrar uma missa no sítio,onde havia uma capela,de propriedade do próprio padre;capela esta,em mau estado de conservação e com alguns buracos nas paredes.
Começa a missa e o povo assusta com um gambá que entra pelo buraco.
O padre, então,diz:
_Mate o bicho!
Muito obediente,o nobre coroinha,que tinha nas mãos o cálice com o vinho da consagração,não fez outra coisa,a não ser beber todo o conteúdo líquido,uma vez que gostava de,uma vez ou outra,"matar o bicho".