Histórias que o Vovô contava

Feira de aves

Nas veredas das montanhas, onde eu andava
disfarçando minhas mágoas, sempre ouvia,
margeando o caminho onde estava a entrada,
uma porteira que batia.



Um portal pedente que raramente a gente
lia, já que ali, o vento não para de abrir intermitente,
mas curioso, eu entro mesmo sem ver
o que a tela me dizia.



Na entrada, uma garota quase nua, ali o
povaréu se reunia em grandes filas para ver a
exposição. " entre minha gente, que a casa é sua",
a voz do louro alegrando a multidão.




Num pedestal uma ave embalsamada, tendo os
pés ao galho que também se firma ao chão, viva
ou morta, não sabemos como está; apenas vi que
a linda ave está na pota: é um lindo sabiá.



Gotas d'água na plumagem ao sol refletem, do
sereno que caiu da madrugada, e as crianças que
ali pintando o sete, atiram pedras sobre a ave
embalsamada.



Mais à frente, o guarda me acolhe, a demonstrar
as aves em gaiolas enfileiradas,
enquanto uma bela odalisca me oferece um gole
de cachaça com anis, já preparada.



E, nas alturas se ouvia a algazarra
de uma arara em enorme pedestal
sobre um arco que também ali se amarra
a bela faixa fazendo o comercial.

Este poema é parte integrante do livro "Crepúsculo do Passado"

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