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Feira de aves

Nas veredas das montanhas, onde eu andava
disfarçando minhas mágoas, sempre ouvia,
margeando o caminho onde estava a entrada,
uma porteira que batia.

Um portal pedente que raramente a gente
lia, já que ali, o vento não para de abrir intermitente,
mas curioso, eu entro mesmo sem ver
o que a tela me dizia.



Na entrada, uma garota quase nua, ali o
povaréu se reunia em grandes filas para ver a
exposição. " entre minha gente, que a casa é sua",
a voz do louro alegrando a multidão.




Num pedestal uma ave embalsamada, tendo os
pés ao galho que também se firma ao chão, viva
ou morta, não sabemos como está; apenas vi que
a linda ave está na pota: é um lindo sabiá.



Gotas d'água na plumagem ao sol refletem, do
sereno que caiu da madrugada, e as crianças que
ali pintando o sete, atiram pedras sobre a ave
embalsamada.



Mais à frente, o guarda me acolhe, a demonstrar
as aves em gaiolas enfileiradas,
enquanto uma bela odalisca me oferece um gole
de cachaça com anis, já preparada.



E, nas alturas se ouvia a algazarra
de uma arara em enorme pedestal
sobre um arco que também ali se amarra
a bela faixa fazendo o comercial.

Este poema é parte integrante do livro "Crepúsculo do Passado"

Juízo De Galinhas

Há quem diz que " quem comete erros, tem juízo de galinhas ".Pois as galinhas não são tão burras assim.
Viajando lá pelas Minas Gerais, meu amigo me contava que, por aquelas regiões,
o povo tem costume de amarrar os galinácios pelos pés e colocá-los nas traseiras dos caminhões transportadores.

Como as mudanças eram muitas, as vezes, ao ouvirem os roncos dos motores que se aproximavam, deitavam de pernas para cima, para serem amarradas.
Daí, discordo, que os citados bípedes emplumados sejam idiotas, até mesmo, por seus poderes de audição, verdadeiramente aguçados.

O Mentiroso

No antigo Porto, município de Rancharia, região oeste paulista, havia uma aldeia, onde uma pessoa ficou doente. Seus familiares, preocupados, chamaram o padre para ouvi-lo, em confissão. Como não havia estrada naquela região, o único meio de transporte era o fluvial, em precárias canoas.

Vinte quilômetros pelo Rio Paranapanema, cercado de densas matas por ambas as margens, o bondoso religioso enfrenta a viagem.

Noite muito escura e chuvosa; o barqueiro, cheio de coragem diz:

- Conversando, o tempo passa depressa e logo estaremos chegando.

A chuva aumentou e o padre disse:

-Boa chuva! Já estava precisando mesmo. Estas matas devem ser ótimo local para caça.

- Excelente! Diz o matuto. Já abati onça das grandes aqui; imagina senhor, que a última que matei, pesou dez arroubas e só de rabo tinha dois metros.

A chuva continua aumentando, e, nesse instante, cai um raio bem próximo à canoa, partindo uma grande árvore ao meio.

- Isto é o que o senhor chama de boa chuva, senhor padre? Não tem medo de que algo venha a nos acontecer?

- Não, diz o padre. Isto só aconteceria, se houvesse um mentiroso entre nós.

Aumenta ainda mais o vento e cai outra faísca nas proximidades da embarcação.

- Senhor vigário, diz o matuto, a onça que matei aqui, além de pequena, nem rabo a bicha tinha.

Neste momento, cai outro raio e o mestre do remo diz:

- Para dizer a verdade, eu nem espingarda tenho.

Adoração

Adoração

Jesus de Nazaré é nosso Redentor e Salvador; é o alfa e o ômega, o princípio e o fim, o autor da vida, o único soberano, o bom pastor e o autor e comendador da fé, a porta e a cabeça da igreja, o conselheiro, o Cordeiro de Deus, a ressurreição e a vida, o desejo das nações, o Deus forte, o Deus Emanuel, o filho amado, o único soberano, o filho de Deus, o filho do homem, a glória do Senhor, o grande sumo sacerdote, Juiz de Israel, imagem de Deus, mediador, o caminho, a verdade e a vida, o herdeiro de todas as coisas, a nossa páscoa, o pão da vida, o pai eterno, o pastor e bispo das almas, o poder mais forte que está dentro de mim, a pedra angular, a raiz de David, nosso redentor, a rosa de Sarom, amoroso, o amigo cavalheiro, o puro e sublime, o rei dos reis, majestade, santo precioso, poderoso, a nossa vitória, nossa felicidade, nossa paz e prosperidade, nossa força, nossa bandeira, nossa alegria, nossa esperança, nossa cura, nosso amor, nosso dono, mais precioso que o ouro, que a prata e o diamante, o perfume da vida, a fragrância desejada, o vencedor da morte e da vida, nosso guia e nosso mestre, a fonte de água viva, o lírio dos vales, o fôlego da vida, o nosso Deus e Senhor, o Santo Deus, semente da mulher, a verdade, senhor da glória, senhor de todos os senhores, soberano dos reis, sol nascente, testemunha fiel, o verbo de Deus, a vida, a verdadeira vida, o Altíssimo rei de Israel, sol da justiça, nossa rocha, o messias de Israel, aquele que era o que é, o que há de vir, rei dos reis, leão de Judá, a luz do mundo, o ungido, rei das nações, senhor dos exércitos, o príncipe da paz, o homem de branco, o quarto homem da fornalha, o homem de Nazaré, o único Deus, a autoridade suprema, o rei das nações, monarca do universo, proprietário de tudo, fonte de água viva.
Jesus é como o sangue que corre em nossas veias, pois sem sangue não há vida.
É nossa pulsação, o motivo de nosso viver; Jesus nos completa; é meigo e bondoso, amado das nações, ressurreição e vida; autoridade máxima do universo e, com seu poderoso braço, movimenta aterra, para dar vitória aos justos.
Nós somos plantas que, sem água, secam, mas Jesus é água que jorra sobre nós e nós vos damos graças; vos louvamos; vos adoramos. Vamos dizer que é bom desfrutar da presença de Jesus e suspirarmos de alegria e toda a criatura deve adorar a Deus, o pai, o filho e o Espírito Santo e a Deus seja dado toda honra, glória e poder para sempre.
Deus! Vós fizestes a terra e o mundo com vosso poder; com vossa inteligência, estendestes o céu. Sois vós que fizestes o relâmpago, a chuva e o vento; vós sois auto-suficiente; vós sois Deus; sois tremendo e grande; vós formastes tudo; vós fizestes o sol que nos ilumina e as estrelas a enfeitar o firmamento; sois vós que agitas o mar, bramindo suas ondas e vossas ordens nunca falharam. Vós criastes a terra e os exércitos vos obedecem. Oh! Senhor; vós sois o nosso Deus e exaltarei e louvarei o vosso nome.Vós sois o esplendor da glória; sois a imagem de Deus invisível; o primogênito da criação; o Cordeiro de Deus, que vive para sempre. Amém.

Os dez macaquinhos

Esta poesia é parte integrante do livro " Crepúsculo Do Passado" ( Walter Gonçalves Medeiros )

Dez macacos na floresta
Fazem festa, enquanto chove;
Um deles se empanturra
E de dez, só ficam nove.

Os nove não se preocupam;
Seguem comendo biscoito,
Quando um desaparece
E de nove, só ficam oito.

A festa muito animada
Muito barulho promete,
Mas faltou um macaquinho;
Agora ficaram sete.

Banana bem madurinha
Tem muita no fim do mês;
Aparece um caçador,
Dos sete ficaram seis.

Só que a festa deu em briga,
Tinha um que usava brinco;
Fizeram nova contagem
E dos seis ficaram cinco.

Comeram tanta banana;
Jogaram cascas no mato;
Fizeram uma conferência,
Dos cinco só tinha quatro.

E na floresta os macacos
Repetem a festa outra vez;
Um deles tem um desmaio;
Eram quatro, agora três.

Algazarra de macacos
Eu só quero ver depois;
Uma flecha é disparada
E de três só ficam dois.

Macaco de galho em galho,
Pulando sem medo algum,
Ao pular num galho seco,
Eram dois, agora um.

História boa de fato
É mesmo de admirar;
Mico sozinho no mato
Não vai ter com quem brincar.