Histórias que o Vovô contava

Amigo Fiel




Corria o ano de 1937 e havíamos chegado do interior de Minas Gerais.Fixamos residência em Presidente Prudente,região da Alta Sorocabana,onde trabalhávamos numa fazenda de café.
Foi ali que conseguimos nos colocar e,apesar do trabalho pesado,o povo vivia feliz,pois "em terra de cego,quem tem um olho é rei".

À noite,sentávamos em um tronco de árvore que sobrara ali;talvez da época da derrubada da mata,onde foi plantado o café;cada um contava suas façanhas diárias;alguns contavam piadas e,assim,chegava a hora de dormir;por outro lado,outros aproveitavam a noite para fazer compras,pois a cidade estava apenas dois quilômetros distante.
Um dos nossos companheiros morria de medo de cemitério e o daquela região ficava bem na margem da pista,com necrópoli e IML,tudo junto,porém,sem iluminação.
Já que"a necessidade faz o sapo pular",lá vai o pobre,cheio de medo,fazer suas compras.
Já de volta,com o saco nas costas,vem pensando:"de um lado,o cemitério;do outro,o cafezal,que é muito escuro,em contrapartida,eu não verei as janelas do IML escancaradas."
Tempo chuvoso,muito vento.Ele tenta acender o cigarro,um palito de fósforos,dois palitos e nada.Agacha-se para reduzir a ação do vento,risca o terceiro palito e alguém pula no seu ombro,deixando-o quase desfalecido.
Era o Rex,seu amigo fiel,que fora encontrá-lo.



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